#IB - The Skater Girl: 95º Parte

segunda-feira, abril 16, 2012

Eu já estava no quarto, vestida, e esperando meu pai chegar para terminar de contar tudo o que Charlie fez comigo. O Sr. Krippnott disse que daria um jeito no Charlie, mas, preferiu levá-lo para o hospital primeiro.

- Mas, meu bem, como você conseguiu?

- Eu lembrei que ele tinha guardado o canivete no bolso, e o burro também guardou a chave lá, me enganando totalmente.

- Mas você virou o jogo, certo?

- Claro! Eu peguei a chave e o canivete, cortei o braço do ruivo e corri pra fora do quarto.

- Eu quase tive um choque quando te vi correndo pelo corredor, praticamente, sem roupas.

Sorri e ele me olhou orgulhoso – Mas, eu consegui nocautear ele e o ruivo descarado caiu duro no chão.

Justin riu depois disso e vimos meu pai entrar no quarto, com pressa.

- E ai pai, conseguiu levá-lo?

- Consegui sim filha. E eu já aproveitei e liguei para a mãe dele também, avisando do que aconteceu.

- E ela?

- Disse que o que eu decidisse aqui, ela aceitaria perfeitamente. A dona McDonnell também tentou controlar o Charlie a não ir, mas, nem ela o Charlie conseguiu escutar.

- Ele é um psicopata, isso sim.

- Então, vamos parar de falar disso. Quero dizer... falar do antes, se é que me entendem.

Assentimos e meu pai sentou na poltrona vermelha de veludo. Respirei fundo e tentei contar tudo de que eu me lembrava. De ele me sequestrar e me trancar em um quarto escuro, provavelmente o almoxarifado do hotel. De me beijar horrivelmente e dizer que a chave do quarto estava dentro de sua cueca – nojento até de imaginar – e dele me ameaçar. Mas, como eu sempre ganho, dei uma reviravolta em tudo e consegui pegar a chave e, como suporte, o canivete.

- Depois disso tudo, eu consegui escapar dele e trombei com Justin, pai.

- Foi muito estranho. Ela estava só de roupa íntima e quando eu vi o Charlie correndo atrás dela, não sei o que deu em mim, mas eu o soquei tão forte, tão forte que já descontei todas as raivas que eu tinha nesse soco.

Ri de Justin e beijei sua bochecha.

- Depois, só de raiva, eu dei um chute na cabeça dele. Depois de todos esses anos, nem eu consigo mais entender o que tive com ele.

- Pelo que eu sei vocês eram melhores amigos. – disse meu pai, coçando seu queixo pouco barbado.

- Nos éramos, pai. Antes de eu conhecer o Justin, uns anos atrás, ele era meio que meu braço direito, sabe? – suspirei ao me lembrar do passado sombrio que me amedronta e continuei – E pensar que tudo começou por eu ter quebrado uma garrafa de vodka na cabeça dele.

- Mas, como?

- Ah pai, depois te conto.

Sorri e escutamos baterem na porta. Meu pai mandou-o entrar e vimos Axl todo sorridente. Pulei do colo de Justin e abracei Axl forte, lembrando-me dos tempos em que eu tocava no Guns no lugar do meu pai.

- Garota, como você cresceu! Ou será que fui eu que encolhi?

Ri dele e o soltei de meus braços.

- Todos estão morrendo de saudades de você, inclusive o Ash.

- Ah, deixa o Ash pra lá, agora eu tenho o meu anjo.

Sorri quando meu olhar se encontrou com o de Justin e ele me abraçou pela cintura.

- É Axl, as coisas nunca serão as mesmas sem ela. – disse meu pai, colocando uma de suas mãos em sua cintura.

- Eu concordo com você, sogro. Só os seis meses que eu fiquei sem ela, foram os piores da minha vida! Além do tempo não passar, eu tinha a Selena.

- A sua ex?

- Isso mesmo. Ela era obcecada por mim. Quero dizer, pelo meu dinheiro. Mas, ela aprendeu a lição e foi atrás da carreira dela, sem ninguém para ela se apoderar da fama.

- Pelo menos, ela aprendeu a lição, não é?

- É...

O silêncio tomou conta do aposento e ri sozinha quando me lembrei da vez em que vi Justin na frança. Foi engraçado, sinceramente.

- Do que está rindo, princesa?

- Ah... do nosso reencontro.

Ele franziu o cenho tentando se lembrar e me olhou surpreso, com um sorriso largo no rosto.

- Foi o... – ele contou com os dedos até o número 3 e me olhou novamente – o terceiro dia mais feliz da minha vida.

- E quais foram os outros dois?

- O primeiro, do dia em que eu te conheci - um dia extremamente estranho - E o segundo foi quando eu pedi sua mão em namoro.

Sorri envergonhada e ele beijou minha bochecha.

- Você é um bobo, sabia?

- Eu?

- É Justin, você!

- Por quê?

Mordi os lábios e dei de ombros – Não sei. Mas, você é um pra mim.

Sorrimos e ele me selou. Axl e meu pai deixaram o quarto e foram tratar da turnê deles. Enquanto isso, eu e Justin ficamos no quarto, sozinhos, relembrando as nossas lembranças. O resto da turma foi no McDonalds e iriam trazer lanches para nós também.

- Eu cheguei a um ponto de êxtase tão grande, que, sei lá, saí correndo.

Justin riu de mim e pegou em minhas mãos – E eu fui atrás de você, mesmo eu sabendo que você iria me ignorar.

- E eu fui parar na torre Eiffel, depois subi e fui admirar sua paisagem lá de cima.

- E eu te encontrei lá, depois te pedi em namoro de novo, e eu te beijei e voltamos para o hotel.

- E depois... O que aconteceu depois?

- Não me lembro... Mas, daqui a pouco nos lembramos, certo?

- Certo. Caramba, eu estou com muita fome. Cadê a galera que prometeu trazer um Big Mac pra mim?

Justin riu e deu de ombros – Não sei marrentinha.

- Estamos aqui! – gritou Chaz, abrindo a porta e rimos dele.

- Chegamos na hora certa, então?

- Chegaram.

Rimos juntos e nós dois comemos os lanches.