My Dear Teacher - Capítulo 05

segunda-feira, setembro 07, 2020

 ♥ Olá, pessoal! ♥

Segue mais um capítulo de My Dear Teacher. Espero que vocês gostem! E se leu até o fim, comente e compartilhe! Faz o coração da autora ficar mais quentinho. Obrigada desde já.
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05 ~ Um breve descanso


Meu celular tocava pela milésima vez e só desliguei a chamada, já esbravejando nos meus doces sonhos, os quais eu não sentia dor, nem tinha preocupações. Depois de alguns minutos, o telefone toca de novo e grunhi de raiva, pegando o aparelho e vendo Juliana escrito na tela em meio à minha visão embaçada. 

— Caramba, me deixa dormir! – coloco o telefone no silencioso e deito.

Quando estava começando a pegar no sono outra vez, ouço miados dengosos na porta e unhas arranhando a madeira.

— Aaaargh... 

Levanto cheia de ódio e vejo Mione, que me encarava toda fofinha. Rolei os olhos, mas fui. Não vou negar amor à essa belezinha felpuda. Coloquei comida em seu potinho e voltei para a cama, numa preguiça gigantesca. Assim que deitei, meu estômago roncou em três línguas diferentes e eu só virei de lado, suspirando exausta.

— Pelo visto, é para eu levantar mesmo. 

Olhei a hora. 13h da tarde. Perfeito, dormi até dizer chega. Fui até o banheiro, lavei o rosto e me olhei no espelho. A cara inchada me fez rir, no entanto, o motivo me fez desmanchar o sorriso. Lembrei do que aconteceu ontem à noite e encaro meu reflexo ali, ingênuo, cansado. Não sei quanto tempo demorei ali, mas foi o suficiente para minha visão embaçar e meus pensamentos irem longe. Me apoiei na pia e só saí, tentando não pensar nisso.

Esquentei comida que tinha na geladeira e liguei a televisão, colocando alguma série legal para assistir. Antes de sentar no sofá, lembrei que Ju me ligou muitas vezes. “É, preciso retornar”. Caminhei até meu quarto e procurei o celular, vendo que tinham...

— 35 LIGAÇÕES?! Quem em sã consciência faz isso?

Liguei para ela imediatamente e sentei no sofá, já me sentindo culpada por não a ter atendido antes.

— Alô, Ju?

— SAMANTHA, AI MEU DEUS, VOCÊ TÁ VIVA!

— É claro que eu tô viva. – rio de sua reação. — Eu só dormi demais. Obrigada por se preocupar, linda.

— NOOOSSA, eu não te achei mais, não sabia o que tinha acontecido com você. Depois disso, não lembro de nada. Nem de antes, nem depois.

— Melhor você não encher a cara de novo, né mocinha?

— Foi aquele gummy de pêssego! Fiquei louquinha.

— Aham, sei. – rio e cruzo as pernas, colocando o prato em meu colo.

— Mas hein, o que aconteceu? Você foi embora sozinha?

— Ah... – respirei fundo e fechei os olhos. — Eu peguei uma carona. Foi tudo bem. Só fiquei de saco cheio e quis ir embora. Também não achei vocês mais, nem consegui me despedir.

— Entendi. E aí, pronta pra mais tarde? Quero te maquiar de novo!

— Ô linda, eu nem sei se quero ir. Tô bem cansada, acho que desacostumei de festar. – ri fraco.

Me senti mal de mentir para ela assim, mas eu não queria contar o que aconteceu. Nem eu processei direito o que houve. Ela vai me perguntar coisas que eu não estou no meu melhor momento para responder.

— Ah nãooo, você vai sim! Não tem desculpa. Eu passo na sua casa e a gente se arruma, tá bom?

— Ju, por favor...

— Às cinco tô aí. Beijinho!

Ela desligou o telefone e suspirei, cansada. Olhei no relógio do celular e ergui a sobrancelha. Tinham mensagens... do Ivan? “Ah não, sem saco pra isso”. Joguei o telefone no sofá e comi em paz, vendo série, esquecendo por alguns instantes dos meus problemas. Assim que o episódio acabou, deixei meu prato na pia e dei um trato na louça. Quando terminei, fui até o quarto de Diego. Acendi a luz, o que fez ele acordar na hora. Resmungou qualquer coisa e sentei na cama, o olhando.

— Di?

— Ahm, Tata, apaga a luz...

— Não, eu não vou apagar. Você vai acordar, tomar um banho e me contar o que diabos aconteceu ontem.

— Hã? Como assim...? – ele abriu os olhos e me olhou. Meu semblante era sério.

— Como assim, Diego? Você bebeu todas se entupiu de cocaína, caramba.

Seu olhar saiu da confusão para um vazio que eu bem conheço. Minha garganta pareceu dar um nó e meu coração batia louco no peito.

— Eu te achei no meio de uma rodinha de briga, Diego. Você foi espancado por um brutamontes e se não fosse por mim, você estaria lá na rua até agora.

Ele fechou os olhos e ouvi seu fungar. Logo, lágrimas escorreram de seus olhos e dos meus, consequentemente.

— Me perdoa, Tata...

Diego me abraçou e eu fechei os olhos, exaurida. Retribuí o abraço dele, ficando em silêncio. Mione veio e ficou perto de nós também, roçando nas minhas costas. Esperei que ele se acalmasse e me soltei, levantando em seguida.

— Vai tomar banho, você tá fedendo. – falo com um sorriso, tentando descontrair.

— Tá, já tô indo.

Saio do quarto, o deixando sozinho. Fui para a garagem, carregando uma cadeira e meu cigarro comigo. Fumei uns três seguidos, chorando em silêncio. Estava exausta de ter que passar por isso. Cansada de carregar meu irmão nas costas. Eu quero ajudar e o ajudo, mas a gente cansa de ajudar quem não quer ser ajudado. Diego mora comigo desde os 17 anos, quando ele entrou nesse universo de prazeres vazios e fatais, três anos que eu vivo e revivo esse sentimento amargo.

Reconheço que dependência química é um problema grave e precisa de tratamento, coisa que ele já fez e faz, mas em vão. Essa droga é uma desgraça, ainda mais numa mente fraca. Fiquei um tempo ali, me recompondo e acalmando meu coração. Fumei o último cigarro, guardando o maço no bolso, secando o rosto. Tentei esvaziar a mente, não pensar em nada e só fechei os olhos, sentindo meu corpo e ouvindo os barulhos de fora. Permaneci dessa forma por alguns minutos.

Assim que abri os olhos, olhei para a rua e a imagem de Frederico me veio na hora. Senti meu rosto queimar de vergonha e neguei com a cabeça. “Nem consigo acreditar que ele veio na minha casa, quem é que vai acreditar numa história mirabolante dessas? ”. Mione passa por mim, miando dengosa, e a coloco no meu colo.

— Você gostou dele, né sua safada? Eu vi você toda amorosinha com o professor.

Ela só me encara e deita, se aconchegando em minhas pernas. Rio baixo e suspiro. É bizarro imaginar que ele me reconheceu no meio de uma festa daquelas, parou sua farra e foi me ajudar. Eu devia parecer extremamente desesperada para ele se comover, não? E com razão...

Levanto e deixo Mione na cadeira, entrando em casa. Ouvi o chuveiro ligado e me senti aliviada por um instante. Peguei o telefone e ergui a sobrancelha, lembrando que deixei outra pessoa esperando. Volto para a garagem, coloco a gata no colo e começo a ler as mensagens de Ivan.

Sam, foi mal por ontem. Vc n precisava ver aquilo. A Mô ficou emburrada a festa toda e ficou ignorando vc e os parças.

N quis curtir cmg, só ficar no cell e tals... aí a gnt brigou feio e eu fui esfriar a cabeça, mas nem isso ela deixou. Foi mal mesmo. Tá tudo bem com vc? N te vi mais dps na festa. Vai na de hoje? Ia ser massa te ver lá.

Manda uma msg se precisar conversar, to aqui por ti. Flw bjs. (emoticon de mãozinha)

— Ai ai Ivan... – coço a cabeça.

Realmente, a Monique estava estranha. Porém, isso não é motivo para ele ficar dando em cima de mim, ainda mais bêbado. Isso não dá direito a nenhuma dessas coisas. Respirei fundo e acariciei Mione, pensando no que eu responderia a ele.

Sabe, Ivan... eu é que digo isso. Se quiser conversar, pode trocar uma ideia comigo numa boa. Não sei o que aconteceu entre vocês, só espero que fique tudo bem e que se resolvam. Vocês formam um casal bonito. Um abraço.

Deixo o celular na coxa e ajeito meu cabelo, pensativa. Quase que instantaneamente, meu celular vibra e até me assusto. Abro a mensagem.

Oq vai fazer hj à tarde? Tá livre? Melhor conversar pessoalmente.

Faço uma careta de dúvida e escoro a cabeça na parede. Ele estava online e viu que eu visualizei sua mensagem.

Não tô, a Ju vem pra minha casa daqui a pouco. Foi mal. Certeza que não pode ser por mensagem mesmo?

Ele digita e apaga. Digita de novo, demora mais que o normal, apaga e fica offline. Ergo a sobrancelha, sem entender. Antes de deixar o celular de lado, envio para Ju o meu endereço, já que ela vem mesmo, e ouço Diego chamar meu nome.

— Oi Di!

— Você vai na festa de hoje? – ele surge só de short e meio molhado, como se não tivesse secado o corpo todo.

— Bem, eu não quero, mas sou obrigada a ir. – dou de ombros. – Queria ficar em casa, de boa, mas a Ju não deixou.

— Ué, nem parece você. Se fosse a Samantha que eu conheço, teria dito um não bem dado.

Suspiro e mordisco o lábio. — Eu sei disso... Só tô me esforçando pra fazer amigos.

Nós dois nos olhamos por uns minutos e ele se senta no chão ao meu lado.

— Tudo bem...

— E você vai ficar aqui. – falo mandona. — Vou te trancar em casa.

— Aceito. Não quero me foder de novo, meu olho tá doendo. – ele toca de leve no olho inchado.

— E você perdeu... – dou uma risada. — Você tava lá, tomando um cacete, eu cheguei e dei um chute na cara da criatura que tava te batendo.

— Que?! – ele me encara de olhos arregalados. — Você pirou na batatinha, Samantha? E se ele fosse atrás de você?!

— Foi nocaute, meu amor. Nem deu tempo de ele reagir aos meus reflexos de destreza alta. – gesticulo como se fosse uma lutadora de boxe e ele cai na risada.

— Caralho... Perdi mesmo esse evento raro. A bárbara Samantha entrou em fúria e tirou crítico no d20.

— Mas bárbaro não tem tanta destreza assim, Di.

— Verdade, cara. Viajei.

Gargalhamos juntos e sorrio em seguida. É, isso é o significado de rir da própria desgraça. Não o forcei a falar o que aconteceu e nem eu toquei mais no assunto, admito que foi... rude da minha parte. Ficamos conversando por um bom tempo ali sobre bobeiras, jogos e coisas do tipo. Passamos o resto da tarde ali, fizemos um suco, ele trouxe seu violão e aproveitamos esse curto tempo juntos. Depois de um tempo, fui trocar de roupa, afinal, estava de pijama, e esperamos ela chegar ali mesmo. Não demorou muito até vermos um carro estacionar à frente de casa, e arregalo os olhos por ver quem saiu dali.

— Oi linda!

Ju me cumprimenta e eu sorrio sem graça vendo que Ivan a acompanhava. — E aí, Sam! Gostou da surpresa?

— Quem é esse? – Di sussurra pra mim e eu só levanto com a chave em mãos.

— Ah! Oi Ju, oi Ivan... Foi realmente uma surpresa...

Abro o portão para eles e Ju me abraça, assim como Ivan. Estava achando isso tudo muito estranho, mas não questionei. Claramente ele armou algo com ela e, animada que é, não iria negar o pedido do rapaz. Diego os cumprimenta, se apresenta e entra em casa, levando o violão e a cadeira consigo, me olhando de canto de olho. “Não pense putaria, seu safado! ”. Olho para ele em resposta e vejo um sorrisinho pervertido vindo dele antes de perdê-lo de vista.

— Entrem! Bem-vindos à minha casinha.

— É bem grande! – Ivan comenta. — Meu cafofo é um pouco maior que a sua garagem.

— É, vida de universitário é foda. – disse Ju, olhando todos os detalhes. — SABIA QUE VOCÊ ERA POTTERHEAD!

Ela me abraça de lado e até me assusto, rindo. Provavelmente, Juliana disse isso por causa do meu porta-chaves com um Alohomora talhado na madeira onde os ganchos ficavam presos. Nós ficamos na sala, logo Diego se juntou a nós e ficamos conversando – dessa vez sem esquenta, apenas com música animada e papos de todo tipo. Ju se maquiou primeiro enquanto Ivan nos contava sobre Monique.

Ele disse que sua namorada é muito mimada pelos pais, e, por isso, quer que todos os seus desejos sejam atendidos do jeito e hora que ela quiser. Ontem, ela não queria ir à festa por sua amiga, a Suellen, ter desmarcado.

— E eu insisti pra ela ir mesmo assim, tá ligado? Até porque quem faz a festa é você mesmo, ela podia curtir de boa comigo e com os meus amigos. Mas nãaaao, ela ficou emburrada que nem criança, cara!

— Como você aguenta uma mulher dessas? Caralho! – Diego fala e dou um soco no ombro dele, o olhando séria. — Ai Tata! Porra, é verdade! Se fosse comigo, já tinha chutado.

— É... nem eu sei como eu aguento. Eu já tentei terminar, mas ela chora muito, faz muito drama, e eu não aguento ver ela chorar.

— Own, tadinho do Ivanito sensível! – Ju aperta a bochecha dele e Ivan ri dela.

— Aí, vocês viram como ela tava. Mano! – ele nega com a cabeça, claramente irritado. — Nem cumprimentou vocês, fiquei grilado real. Ignorou vocês altas vezes, sem falar na grosseria com o Geleia. O cara deu o ingresso dela, ela nem pagou, e trata o cara mal. Cê tá louco! – ele nega com a cabeça e cruza as pernas. — Chamei a atenção dela depois, no cantinho, e ela surtou. Não dou conta, na moral.

— E cadê ela? Como ela deixou você vir aqui? – pergunto.

— Ah, ela tinha salão. Fazer a unha, cabelo, esses trem aí. Por isso que deu pra vir. E vamos nos encontrar na festa.

— Entendi...

— Sam, terminei. Sua vez! – Ju fala animada. — Já pensou na sua roupa? Vou combinar com tudo!

— Eita, eu nem pensei nisso...

— Então bora montar esse look! Meninos, com licença... – ela levanta e me pega pelo braço. — Me leve para a área que essa princesa se embeleza.

Gargalhei em resposta e só a levo, rindo muito dessa boba. Fomos até meu quarto e mostrei meu guarda roupa para ela. Falei mais ou menos o que queria vestir e ficamos conversando ali. Ela pergunta o que aconteceu com meu irmão e acabei contando que ele brigou e tudo mais. Ju me abraçou, toda preocupada, e brigou comigo por ter falado que tinha acontecido nada.

— Ai Ju, me perdoa... eu não queria falar sobre isso na hora.

— Tá bom, mas saiba que pode contar comigo, Sam! Nós somos amigas. – ela faz carinho no meu cabelo e me solta do abraço.

— Somos mesmo? – pergunto, até um pouco atordoada.

— Claro, garota! Agora, bora encontrar uma roupinha pra você.

Fiquei... mexida de ouvir isso dela. Não tenho mais contato com meus antigos amigos, acabei me afastando por idiotices minhas. Fico feliz que conseguir fazer novas amizades. Acabamos escolhendo a roupa e logo voltamos para lá, para fazer companhia aos rapazes. Eles conversavam sobre jogos online e acabei só ficando na escuta, prestando atenção no trabalho de Juliana. Sentia os pincéis espalhando os produtos na minha pele e suas texturas.

Depois de alguns minutos, Ivan pediu licença para ir se aprontar e Diego o levou até seu quarto. Ju finalizou minha maquiagem e disponibilizei meu quarto para que ela fizesse o mesmo. Di senta ao meu lado e me olha com um sorriso de canto, me abraçando.

— Eles são legais, Tata. Gostei dos seus novos amigos. Só que... eu sou mais você e o Ivan, hein? Aquela garota não tá com nada.

— Diego! Você tá doido? Não fala isso alto, caramba! – sussurro enfezada. — E eu não quero ficar com ninguém, já falei.

— Iiih, já ficou brava. – ele ri de mim e cerro os olhos pra ele. — Eu sei que, no fundinho, você tem vontade sim de ficar com qualquer pessoa, não precisa ser ele.

— Ai Di, para de ser teimoso! Eu já disse que não. Minha carreira vem primeiro, além da minha estabilidade financeira e emocional.

— Tata, para de falar como uma pessoa de 40 anos. Vive a vida! Você é muito nova pra ficar com essas nóias.

Nego com a cabeça, não o respondendo mais. “Que chatice cara!”. Ivan sai do quarto já arrumado, com uma camiseta branca e uma xadrez preta e amarela por cima, jeans escuro e um tênis preto. Ele se senta e eu levanto, ajeitando o cabelo.

 — Vou me trocar também, com licença...

Só me retirei da sala sem nada dizer e bati na porta. Ju saiu já pronta, toda linda. Vestia um body mostarda com um decote generoso, uma saia jeans curta um pouco desfiada na barra e um tênis amarelo e brilhoso. Às vezes, me surpreendo com a quantidade de combinações possíveis que essa menina consegue fazer com as roupas, além das maquiagens. Que, por sinal, ela quis fazer uma sombra em tons de laranja e purpurina dourada, muito iluminador e um gloss coral.

— Ju, fica aqui comigo, por favor.

Ela me olhou estranho, mas aceitou. Entramos no quarto e já fui procurando a roupa que havia escolhido.

— O que foi? Aconteceu alguma coisa?

— Eu quero te perguntar... – suspiro e tiro a blusa — Você acha errado eu não querer me relacionar até ter minha carreira formada?

Vou me despindo e visto as roupas da festa. Ju fica em silêncio, com uma cara pensativa, e a encaro um pouco ansiosa.

— Sam, eu não acho errado. Inclusive, acho muito lindo você se dedicar à sua vida profissional primeiro. Só que... – ela fica em silêncio, como se estivesse pensando no que iria dizer. — Você não pode recusar um amor se ele vier. E nem deixar de curtir, dar uns beijos de vez em quando. Tem que liberar essa libido guardada, garota!

Rio dela, já vestindo a última peça de roupa e sento do seu lado, a olhando de canto.

— Eu... sempre acho que isso vai me atrapalhar a crescer. – confesso, num semblante triste. — Eu fui ensinada a pensar primeiro numa estabilidade financeira, pra depois me preocupar com as outras.

— Depende de quanta atenção você dá pra cada coisa. Eu nunca tive problema com isso, inclusive trabalho desde os 18 e namorei junto, peguei quem eu queria nas festinhas... É só ter equilíbrio, Sam.

Assenti. Ela me puxou pra um abraço e riu de leve, me aninhando em seu colo.

— Você é linda e merece amar, caramba. Não me diga que você já negou tanta gente assim?

— Já.

— Samantha!!! Vou te encher de soco se eu ver isso acontecendo!

Rimos alto e levanto, fazendo pose para ela. — E então? O que achou, minha personal stylish?

— MA-RA-VI-LHO-SAAA! Você parece uma boneca gótica suave, amo. Eu amei seu guarda roupa, roubaria suas roupas sem medo.

Rio dela. Vesti uma jardineira short bordô, com detalhes dourados nos botões e encaixes, uma camiseta preta por baixo de bolsinho na altura no seio, em que dele saia uma cauda de sereia toda azul cintilante, uma meia calça arrastão branca e, por fim, nos pés, um coturno preto, clássico. Na minha maquiagem, ela fez um delineado branco, colocou cílios postiços e um batom quase da cor da jardineira.

— E então? Vamos?

— Por favor! Não vejo a hora de dançar!

Saímos do quarto e Ju já mostra as chaves para Ivan, que entende o recado e se levanta, me encarando por uns instantes, até se despedindo de Diego. A jovem faz o mesmo e os levo até o portão. Dou um abraço apertado em meu irmão, ele corresponde e nos encaramos por uns instantes antes de me soltar.

— Fica bem, Di.

— Você também, Tata. Qualquer coisa me liga.

Assenti e entro no carro de Juliana, no banco da frente. Fomos até o local da festa enfim e, mesmo que eu não estivesse com tanta vontade de sair de casa, me senti mais... feliz com a visita deles. Admito que meu astral não estava nos seus melhores momentos, e meus amigos – se é que posso os chamar assim –, fizeram a diferença no meu dia de nuvens cinzas de chuva. 

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Chegamos ao fim de mais um capítulo. 
Comentem e compartilhem, galera! 
Um abraço! 

Gih Amorim ♥

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3 comentários

  1. Já disse e digo de novo, quero ROUBAR as roupas da Samantha, linda demais!!
    Eu adoro a Ju, mas eu ainda não vou com a cara do Ivan, ele não é amigo de vdd da Sam, ele só quer ficar com ela mesmo kkkkkkk já tenho experiência com caras assim.
    Muito bom, curiosa pra saber o que vai acontecer nessa festa!

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    1. Eu AMOO as roupas dela kakak. O que será que o Ivan quer? Vamos ver! E a Ju é maravilhosa. Obrigada pelo comentário!

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  2. Mais uma vez: quero colocar o Diego em um potinho e guardar u.u

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